quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Pastoral da comunicação



Pastoral da comunicação

Uma paróquia que organiza a sua comunicação presta um serviço de alta qualidade, preparando-a para dar uma resposta madura e objetiva aos desafios atuais.

Nesta época, em que a comunicação está no centro das atividades humanas, ninguém pode ficar sozinho ou isolar-se. A comunicação pode ser uma ponte que abre novas possibilidades, também para a comunidade cristã.

É NECESSÁRIA

Comunicar-se, além de ser uma arte, é uma necessidade humana para estabelecer relações. Desde sua origem, a Igreja Católica acompanha todas as iniciativas humanas que fortalecem os vínculos relacionais com o próximo e com Deus. Comunicar é tornar comum o conhecimento e as realidades.

Desde a criação do mundo temos a prova da comunicação divina com a obra criada:

- a existência do ser humano. Deus fez o homem e a mulher dotados de inteligência para administrarem a terra, criando relações construtoras de solidariedade, de justiça e de Paz! O crescente desejo de crescimento do ser humano faz com que ele busque e leve a informação, fazendo transparecer seus dons.

NA IGREJA

Afirmamos que evangelizar é comunicar. Comunicamos a mensagem de Jesus Cristo, perfeito comunicador do Pai. Não se trata apenas de transmitir informações sobre a pessoa de Jesus Cristo, mas de comunicar/anunciar os valores fundantes do Reino, com a missão de fazer com que todos se tornem discípulos seus, novos anunciadores e continuadores de sua obra.

Podemos perceber, acompanhando o curso da História da Igreja, que inúmeras manifestações sempre se fizeram presentes nas igrejas, atendendo o desejo de comunicar a Palavra:

- vitrais, sinos, liturgia, teatro, torres, cantos, corais e demais manifestações de um tempo e espaço restrito, em que a comunicação era mais lenta e abrangia apenas um grupo mais próximo.

Porém, o século passado nos empurrou ao encontro de novas tecnologias, mais rápidas e eficazes para acompanhar os avanços da sociedade e empregá-las a serviço da evangelização. Assim, como em todos os segmentos da sociedade, resistências continuam sendo vencidas para se atingir eficazmente a missão.

“INTER MIRIFICA”

Em 2003, a Igreja comemorou os 40 anos do Decreto Conciliar para as Comunicações Sociais, a Inter Mirifica (Entre as maravilhas). De fato, entre as maravilhas criadas no mundo, frutos da inteligência humana, dom de Deus, estão os meios de comunicação social.

O Decreto Inter Mirifica, na sua motivação, afirma:

“O engenho humano, usando as forças naturais, por disposição divina alcançou maravilhosas conquistas técnicas nos dias de hoje. Sendo mãe, a Igreja se preocupa, de maneira toda especial, com o que se relaciona mais diretamente com a mente humana: a comunicação das maneiras de ser e de pensar que foram imensamente facilitadas pelos caminhos jamais suspeitados que se abriram para transmitir toda espécie de mensagem.

Dentre esses, merecem especial atenção os meios que atingem não apenas indivíduos isolados, mas a multidão no seu conjunto, toda a sociedade humana. Destacam-se, entre eles, a imprensa, o cinema, o rádio, a televisão e outros do mesmo gênero que se denominam meios de comunicação social”.

Há 42 anos escreveu-se isso na Inter Mirifica. Hoje tudo isso é enriquecido pela tecnologia de ponta e por toda a forma de transmissão de conteúdos, seja por meio analógico ou digital, convencional ou na velocidade rápida oferecida pela fibra ótica.

A SERVIÇO DA VIDA

Olhando para a comunicação, a Igreja busca acompanhar atentamente a transmissão de conteúdos que edifiquem a pessoa humana. Não se trata apenas de transmitir conteúdos, mas de colaborar para que o conhecimento humano cresça. Diante do direito à informação, a Igreja também se apresenta como formadora de opinião. O Decreto Inter Mirifica apresenta uma abordagem própria referindo-se aos “deveres dos autores”:


Assessores da Pastoral da Comunicação da CNBB junto com o Bispo referencial, Dom Orani João Tempesta
“As principais exigências morais no que diz respeito aos meios de comunicação social recaem sobre os jornalistas, escritores, autores, diretores, editores, programadores, distribuidores, vendedores e críticos, todos, enfim, que participam da produção e da transmissão. [...] Compete-lhes satisfazer às exigências econômicas, políticas e artísticas de modo a favorecer e nunca prejudicar o bem comum. [...] Cuidem especialmente para que as comunicações relativas à religião sejam feitas com o devido respeito, por pessoas capazes e competentes”.

A Igreja, para ajudar na formação dos profissionais da comunicação, desde 1936, com a Carta encíclica do Papa Pio XI, Vigilanti Cura, sobre o cinema, vem colocando por escrito seus ensinamentos referentes aos temas da comunicação social.

DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES

Cada ano a Igreja celebra o Dia Mundial das Comunicações (na Festa da Ascensão), sempre com uma carta do Papa para ser refletida e estudada neste dia. Este ano celebramos sua 39a edição, com o lema:

“Os Meios de Comunicação a serviço do entendimento entre os povos”.

O Papa João Paulo II, em sua Carta para o Dia Mundial de 1997, recordou a necessidade da formação sadia que devem ter os profissionais da comunicação:

“A formação do comunicador cristão deve estar nas habilidades técnicas, ética e moral, com atenção às normas para a vida profissional e destaque à formação para a vida interior, a vida do Espírito”.

Aqui no Brasil, em 1898, já temos a fundação da primeira editora de inspiração católica (Editora Ave Maria). De lá para cá, inúmeras iniciativas vêm atendendo ao ardente desejo do homem de comunicar(-se).

PASCOM

Assim, na Igreja temos a Pastoral da Comunicação que se preocupa com tudo o que foi refletido. A PASCOM é um serviço à comunicação feita e recebida na comunidade. Relaciona-se com a imprensa comercial para divulgar a imagem pública da Igreja. Estuda e reflete os documentos da Igreja que tratam sobre a comunicação, bem como procura estabelecer critérios para a formação dos agentes a fim de que assumam a Pascom como um apostolado e não apenas no aspecto funcional e técnico do uso dos meios.

As dificuldades financeiras, não podemos esquecer, dificultam uma maior velocidade e eficácia da comunicação na Igreja, por ela não estar aliada a grandes grupos internacionais de patrocínio. Permanece o trabalho de continuar investindo, com as forças que se têm, para que a evangelização aconteça nos e pelos modernos meios de comunicação social.


Como organizar a Pastoral da Comunicação
Ir. Élide Maria Fogolari

Assessora de comunicação social da CNBB

Jornalista e Mestra em ciências da comunicação pela ECA/USP

A Pascom – Pastoral da Comunicação se estrutura a partir de dois Documentos, a Instrução “Aetatis Noavae” e estudos da CNBB, n° 75, Igreja e comunicação. Estes Documentos são fundamentais e básicos para realizar o planejamento, animar e articular a PASCOM nos Regionais, Dioceses, Prelazias e Paróquias na Igreja do Brasil enquanto processos e meios de comunicação.

A Instrução Aetatis Novae propõe, também, 03 estratégias prioritárias: a criação de grupos da PASCOM nos Regionais, nas Dioceses, nas paroquiais e a articulação para uma comunicação democrática, dialógica e participativa.

No Documento n° 75 da CNBB, a PASCOM encontra a definição da Pastoral da comunicação, de forma clara, objetiva e sintética. E explicita que, “É a pastoral do ser/estar em comunhão/comunidade. É a pastoral da acolhida, da participação, das inter-relações humanas, da organização solidária e do planejamento democrático do uso dos recursos e instrumentos da comunicação. Não é uma pastoral a mais, mas aquela que integra todas as demais pastorais”.

O Documento continua na sua reflexão e situa a posição da PASCOM no conjunto das demais pastorais da Igreja e explicita: “A PASCOM perpassa, pela própria razão de ser, as ações das demais pastorais, animando-as e colocando-se a serviço, tendo como referencial programático a Pastoral de Conjunto”.

No entanto, as reflexões e o olhar da Igreja sempre acompanharam o surgimento dos novos meios de comunicação que foram emergindo na sociedade e interferindo nas novas formas de relações.

Foi a partir do surgimento da imprensa, que a Igreja deu inicio a promulgação de Documentos que orientam, indicam caminhos que pautam como os meios de comunicação se inserem na sociedade segundo as orientações humanas e cristãs.

Bem no início do surgimento da imprensa, 25 de novembro de 1766, o papa Clemente XII promulgou a encíclica Christianae republicae, a única que, até hoje, trabalha os problemas ligados à literatura e às publicações em geral.

No entanto, a PASCOM pode refletir e encontrar referências em outros Documentos promulgados pela Igreja Católica, que indicam quais os caminhos para os meios e processos de comunicação da ação pastoral na Igreja. Foram os seguintes:

12 cartas Encíclicas, Decretos e Instruções sobre as comunicações

42 Mensagens dos papas por ocasião do Dia Mundial das Comunicações Sociais.

06 outros Documentos do Concílio Vaticano II

06 Documentos da Igreja que em alguns momentos a comunicação esteve presente

05 Documentos da Igreja na América Latina a comunicação foi trabalhada

Em 30 Documentos e Estudos, A CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil refletiu e indicou a comunicação como ação pastoral indispensável da Igreja

Outros Documentos, como de Quito, Embu, Carta aos comunicadores pautaram a comunicação. (Dariva, Noemi(org.) Paulinas, 2003. São Paulo)

Fontes:
http://www.presbiteros.com.br/site/como-organizar-a-pastoral-da-comunicacao/


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